Da Assessoria em Belém
“Se um estado pequeno significa êxito na administração e eficácia na gestão pública, se fosse automática essa relação, então por que dividir o Pará só em três? Por que não dividir em 20?” questionou o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA) ao se opor à divisão do estado, em debate realizado na Faculdade Ideal, nessa quinta-feira, 29. O parlamentar acredita que a razão das “dores” do estado é o modelo colonizador que faz do Pará um almoxarifado do desenvolvimento alheio e para mudar essa realidade precisa-se qualificar o debate sobre o pacto federativo e fazer enfrentamento aos grandes projetos de exploração no estado, como é o caso da hidrelétrica de Belo Monte , citado pelo deputado.
Participaram ainda do debate o professor de economia José Lucas, Jorge Panzera, a deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT) e Joseni Bernarde, sendo os dois últimos a favor da divisão do estado, pois defendem que as regiões dos propostos estados Carajás e Tapajós são abandonadas, enquanto apenas a região metropolitana de Belém recebe recursos para implantação de políticas públicas.
Para o deputado Jordy essa é uma implicação baseada na relação de área por número de habitantes, o que não exclui a região metropolitana dos mesmos problemas enfrentados no interior do Pará. Neste sentido, o parlamentar exemplificou o acesso ao ensino superior que ainda é escasso até para os que moram em frente da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele ainda ressaltou que se a divisão do estado fosse por uma questão de empobrecimento, na região do Pará remanescente estão nove das 50 cidades mais pobres do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisas (IBGE). Logo, isso não justificaria o voto pela fragmentação do estado.
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