terça-feira, 22 de outubro de 2013

Parlamentares querem parceira com MP para “evitar tragédia em Serra Pelada”

 
Do Amazônia Jornal
  
Deputados federais se reuniram com representantes do Ministério Público Estadual para esclarecimentos sobre a intervenção determinada pelo órgão na Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). O interventor deverá, nos próximos seis meses, apurar fraudes, verificar o uso de cerca de R$ 54 milhões - advindos de repasses feitos pela Colossus Mineração -, atualizar o cadastro dos garimpeiros e realizar novas eleições.
 
Os deputados federais Arnaldo Jordy (PPS/PA) e Domingos Dutra (SDD/MA) solicitaram a audiência para obter mais detalhes sobre a intervenção, iniciada na semana passada, e as denuncias recebidas pelo órgão. A comissão foi recebida no Ministério Público Estadual pelo procurador Nelson Medrado e o promotor de Justiça que deu início às ações na Coomigasp, Hélio Rubens Pereira.
 
A reunião ocorreu a portas fechadas, e os envolvidos se disseram satisfeitos com o que ouviram. "Nossa impressão é de que o MP está preocupado em garantir a transparência e o equilíbrio da cooperativa. Além disso, tenta procurar uma relação mais justa entre cooperativa e cooperados, que coincide com o interesse dos cerca de 35 mil garimpeiros, que não estão conseguindo receber um centavo do que lhes é devido", comentou Jordy. "A Colossus Mineração, ao que tudo indica, é cúmplice disso. Cooptou a cooperativa e teve a entidade fazendo o que ela queria", completou.
 
Os deputados devem ainda formalizar o pedido de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), formada por deputados e senadores, para trazer maior clareza aos negócios da mineradora. "Vamos formar uma parceria entre a Câmara e o MP, para evitar uma tragédia em Serra Pelada. São muitos anos de exploração e a descrença impera. É preciso passar a limpo essa história, pois a Colossus não presta esclarecimentos", disse Dutra.
 
Cerca de R$ 54 milhões em repasses feitos desde 2007 pela Colossus para a Coomigasp foram gastos, sem que os garimpeiros recebessem valor algum. A dívida trabalhista da cooperativa chega a R$ 17 milhões. "Isso é outro tipo de fraude que será apurada pelo interventor. Alguém abre o processo, a cooperativa não contesta e cria-se o título de dívida. As ações fraudulentas serão contestadas", garantiu o promotor Hélio Pereira.
  
 



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