terça-feira, 3 de março de 2015

15 de Março: Dirigentes mobilizados

 
 
Do Portal PPS
  
Brasília/DF - Integrantes da Executiva Nacional do PPS e deputados federais do partido avaliaram nesta terça-feira, durante debate em Brasília sobre a conjuntura política e econômica nacional, que a crise que atinge o governo Dilma só tende a piorar nos próximos meses e que as manifestações marcadas para o dia 15 de março darão uma amostra da insatisfação popular com o estelionato eleitoral patrocinado pelo PT na última eleição.
  
Para o deputado federal Raul Jungmann (PPS/PE), o partido deve participar ativamente dessa mobilização contra os desmandos do Planalto. “Dia 15 eu vou para as ruas contra o petrolão, o ajuste fiscal e o estelionato eleitoral do PT. Não podemos deixar de participar das manifestações, mas não vamos levantar a bandeira do impeachment”, conclamou.
  
A dirigente Soninha Francine (SP) lembrou que o PPS já alertava, desde o governo Lula, que o Brasil estava tomando o caminho errado e que se nada fosse feito caminharíamos para uma grande crise. “Nós já alertávamos para o aumento da inflação e para o desemprego. Foi Lula que começou a não investir de forma eficiente em uma política séria para sustentar o desenvolvimento e aumentar o emprego”, afirmou.
  
O vice-líder do PPS na Câmara, deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA), avaliou que a crise que atinge o país é muito maior do que o confronto entre a oposição e o governo. “Vivemos um hiato de representatividade. Um terço da população não votou em Aécio nem em Dilma. 40 milhões não votaram para presidente e 52 milhões não escolheram deputado e senador. É uma crise de representatividade jamais vista. É nossa missão construir um projeto estruturante para o Brasil que mude esse quadro. Até porque as manifestações, que trazem esse descontentamento com o meio político, serão cada vez mais expressivas”, disse.
  
Para o deputado federal Moses Rodrigues (PPS/CE), que integra a CPI da Petrobras, o partido acerta ao apoiar as manifestações. “Como partido, temos que avaliar em maior profundidade esta questão do impeachment. Creio que o protesto anti-Dilma marcado para o dia 15 é forte e vai exigir um posicionamento claro nosso”, disse.
    
Alertar a População
  
O secretário-geral do PPS, deputado estadual Davi Zaia (SP), lembrou que a missão do partido nos protestos deve ser alertar a população para os desmando do governo do PT. “O fundamental nesse momento é a critica ao quadro econômico e as medidas adotadas pelo governo. A questão do impeachment não deve ser tratada neste momento”, ponderou.
  
Já o dirigente Raimundo Benoni (MG) defendeu que o PPS afine sua sintonia com a sociedade. “É preciso perceber o que a sociedade espera de nós. Que o governo está ruim, todo mundo sabe. É preciso sintonizar o partido com o que quer a sociedade. Este governo é um governo que não pensa no Estado, pensa apenas em eleição”, afirmou.
  
Sérgio Camps de Moraes, do PPS do Rio Grande do Sul, avaliou que o país já vive uma crise institucional. “Temos a crise de um governo que acabou de ganhar a eleição, mas já perdeu a legitimidade”. Ele ainda defendeu que o trabalho da oposição brasileira deve ser contra o ex-presidente Lula. “Dilma já está perdida. É preciso desconstruir Lula. É ele que está por trás de toda essa corrupção. Essa é uma tarefa da oposição”, defendeu.
  
O ensinamento de Salomão
  
O tesoureiro nacional do PPS, Regis Cavalcante (AL), citou o último secretário-geral do PCB, Salomão Malina, para exemplificar a situação de descrédito com a política que atinge o Brasil e outros países. “Na abertura de nossas reuniões ele sempre dizia: Estamos vivendo uma profunda crise de um velho que sumiu e de um novo que não surgiu”, relembrou. Para ele, o PPS tem que aparecer nas ruas e defender esses movimentos populares que querem o novo. “O novo só se dá com ruptura”, destacou.
   
Já a presidente do PPS de Minas Gerais, Luzia Ferreira (MG), ressaltou que as redes sociais empoderaram a sociedade e deixaram mais clara a insatisfação dos brasileiros com seus representantes. “Temos uma crise de legitimidade imensa que atinge as instituições, os sindicatos e também os partidos. Por isso, nessas manifestações, precisamos levantar as questões do combate à corrupção e protestar contra o aumento da energia, do combustível, dos impostos, dos juros e o corte dos direitos trabalhistas. Enfim, mostrar que esse governo é resultado de um estelionato eleitoral”, afirmou.
  
Para o presidente do PPS do Rio Grande do Norte, Wober Júnior, o governo Dilma está complemente desorientado. “Pela primeira vez o PT está gravemente abalado. Nossa prioridade, nas manifestações, é denunciar a farsa que nos levou a essa crise econômica. Colocaram a Petrobras e o BNDES como financiadores dessa lambança toda. Isso iria explodir um dia e nós estamos avisando há muito tempo”, lembrou.
  
Coordenadora da Juventude Popular Socialista, Raquel Dias (CE), disse que percebe nas ruas uma revolta muito grande de quem votou em Dilma e agora se sente lesado. “As pessoas querem que ela saia porque se sentem humilhadas”, relatou.
  
Já o presidente do diretório municipal do PPS em São Paulo, Carlos Fernandes, foi enfático sobre a necessidade de o partido ir para as ruas no dia 15 de março. “Mas precisamos entender que o ato é de várias tribos. Se não entendermos isso não entenderemos nada. Alguns vão pedir impeachment, outros vão protestar contra o aumento do diesel e certos grupos levantarão temas que não concordamos, como a volta dos militares. Então, é preciso entender a diversidade do protesto”, alertou.
   
Foto: Robson Gonçalves
   

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