CPI do Tráfico quer aprimorar lei

   

Do Portal PPS

Por William Passos
  

Em audiência pública, realizada nesta terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, o presidente da CPI que investiga o tráfico de pessoas no Brasil, Arnaldo Jordy (PPS/PA), informou que o colegiado está recebendo sugestões de diversos setores e que um dos objetivos é propor alterações na legislação para que o país enfrente melhor uma situação que, para o parlamentar, é uma “chaga social”.
 
Para ele, as autoridades não estão empenhadas em buscar soluções para o “comércio de seres humanos”. Mudar as leis, acredita Jordy, pode forçar a alteração na postura de alguns agentes públicos.
 
“Temos clareza de que o crime patrimonial, hoje, tem muito mais valor do que aquele contra a pessoa. O tráfico de pessoas é uma chaga social. É mais fácil mobilizar um delegado para recuperar um carro do que partir para tentar capturar uma criança que esteja desaparecida”, disse.
 
Arnaldo Jordy antecipou que a CPI deve sugerir projetos que tratem da prevenção e combate ao tráfico de pessoas. “Nossa intenção é tentar estabelecer uma melhor política de enfrentamento para uma situação em que crianças, adolescentes e mulheres são as principais vítimas”, acrescentou.
 
Desaparecidos

 

Na audiência desta terça-feira, os integrantes da CPI ouviram relatos da presidente da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião Santos. Ela disse que a entidade registra hoje quase 10 mil desaparecidos. O índice de localização destas vítimas, pela instituição, é de aproximadamente 30%.
 
Ela informou que o tráfico de pessoas é uma das causas do desaparecimento de pessoas. E segundo ela, a maioria das vítimas é mulher, entre 13 e 18 anos de idade, que acabam indo parar nas mãos de quadrilhas especializadas em exploração sexual.
 
“Quanto mais rápido forem tomadas as medidas pelas autoridades no sentido de localizar uma criança menor é a chance dela ser vítima do tráfico de pessoas”, advertiu Ivanise, que tem uma filha desaparecida há 17 anos.