sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Jordy faz pronunciamento contra o uso de trabalho escravo por grandes grifes


Leia o discurso do deputado Arnaldo Jordy, na Câmara Federal, no dia 17 de agosto, por ocasião do escândalo do uso de trabalhadores em condições escravas, por grandes grifes de roupas no país.
 
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
jordycamara23@gmail.com
(61) 3215-1376 / 8276-7807



 
Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Equipes de fiscalização do governo federal flagraram trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa da badalada marca internacional Zara, do grupo espanhol Inditex.




Foto: Brizza Cavalcante
Jornalistas da Repórter Brasil, Bianca Pyl e Maurício Hashizume, acompanharam as ações e apresentaram imagens através do programa A Liga, na TV Bandeirantes. Os dois jornalistas acompanharam o processo de produção e comercialização da empresa e apresentaram relato completo das violações de direitos humanos.

A investigação realizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, foi acompanhada pelos jornalistas, culminou na inspeção realizada no final de junho. Na ocasião 52 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes; parte do grupo costurava calças da Zara.

O quadro encontrado no processo investigatório incluía contratações ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16 horas diárias e cerceamento de liberdade. Um dos trabalhadores disse que só conseguia sair de casa com a autorização do dono da oficina, só concedida em casos urgentes.

As vítimas libertadas pela fiscalização foram aliciadas na Bolívia e Peru, que em busca de melhores condições de vida, deixam seus países em busca do “sonho brasileiro”. Quando da operação, auditores fiscais apreenderam dois cadernos com anotações de dívidas referentes à passagem e a documentos, além de vales. Tais medidas detectam a existência de um processo de exploração da mão de obra e mostram a existência de trabalho escravo.

Foram lavrados 52 autos de infração contra a referida empresa devido as irregularidades em suas oficinas. Um dos autos se refere à discriminação étnica de indígenas quéchua e aimará. De acordo com análise feita pelos auditores, restou claro que o tratamento dispensado aos indígenas era bem pior que ao dirigido aos não-indígenas.

O PPS, atinente à sua história e solidário com a luta dos trabalhadores, é contra o trabalho escravo, não pode se calar diante do aviltamento das ações que estão sendo desenvolvidas pela referida empresa, que viola os direitos dos trabalhadores migrantes e dos trabalhadores brasileiros.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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