Da Assessoria Parlamentar - Belém
Na manhã desta quinta-feira (13), o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA) participou como convidado de honra da cerimônia de entrega do relatório da CPI que investigou o tráfico humano no Pará, instalada na Assembleia Legislativa do Estado em março de 2011. “Infelizmente o estado do Pará é um dos principais fornecedores dessa atividade que coisifica os seres humanos, mas precisamos mudar essa cultura e aparelhar o Estado para fazer um enfrentamento eficaz a esse crime”, declarou o parlamentar, que atualmente preside a CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal.
Segundo o relator da CPI paraense, deputado estadual Carlos Bordalo (PT), “o relatório final das investigações é um reflexo da geografia regional da pobreza e da desigualdade social no Pará, onde um município chega a arrecadar sozinho cerca de 21% do PIB - Produto Interno Bruto estadual”, esclareceu Bordalo, que constatou a miséria como um dos motivos pelos quais as pessoas acabam vitimadas pelo tráfico humano, uma vez que os criminosos dessas redes recrutam pessoas com promessas de uma vida financeira melhor.
Na ocasião, o deputado Jordy explicou que Estados da região Norte são bastante visados pois são áreas fronteiriças, daí a grande demanda decorre da fragilidade do setor de segurança às proximidades das fronteiras com países como Guiana, Suriname e outros. Inclusive, a CPI local contatou muitos casos em que paraenses capturados pelas redes de tráfico humano são levados para esses países. Considerando esse fato, o relator Carlos Bordalo, solicitou ao deputado Jordy que a CPI da Câmara Federal realize investigações em Oiapoque, localizada na extremidade do Amapá, pois, segundo Bordalo, apesar do município está fora da jurisdição estadual, precisa ser investigado, uma vez que de lá muitos paraenses são levados para o Suriname e outros países vizinhos, principalmente para serem explorados sexualmente.
A CPI paraense do Tráfico Humano ouviu noventa depoimentos e realizou investigações em Belém, Marabá, Bragança, Breves e Curralinho. O relatório apresentado será entregue a diversas instituições governamentais e não governamentais como instrumento informativo ao combate do tráfico humano no Pará.
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