Do Portal Simers
A diligência realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados constatou nesta quinta-feira (6) carências e condições de atendimento na emergência do Hospital Conceição. O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-Pará) e colegas de cmissão estão percorrendo hospitais que atendem pelo SUS em diversas regiões para traçar um diagnóstico e encaminhar propostas de melhoria dos serviços. O Sindicato Médico do RS (SIMERS) acompanhou, ao lado de Cremers, Amrigs, OAB-RS e Ministério Público do RS a inspeção que durou quase três horas.
O deputado esclareceu que já visitou outros seis estabelecimentos pelo país. Jordy ressaltou que as condições na emergência gaúcha podem até ser melhores, comparadas a outras regiões, mas que estão ainda longe do que a população precisa. Na visita, o deputado, dirigentes médicos e demais entidades, acompanhados de representantes do GHC, conferiram que a interrupção de uma das salas maiores de internação - chamada sala verde - direcionou o atendimento para outros andares, o que aliviou a condição de superlotação, mas não eliminou cenas de pessoas em cadeiras nos corredores. Muitas pessoas mais velhas estavam no corredor, alguns há dias. Na sala laranja, que passou de 14 a 28 leitos, apenas um banheiro dá conta das necessidades de mulheres e homens internados.
Apesar de garantir que a espera por atendimento não ultrapassava 20 minutos, pacientes e familiares que aguardavam atendimento no hall da emergência protestaram do atraso. O deputado ouvir as reclamações e disse que incluirá no relatório. Uma das pacientes internadas Katia Regiane de Oliveira Lima Fritz, de 38 anos, contou ter esperado dois dias e duas noites sentada em uma cadeira. “Meu oncologista constatou aumento dos linfomas e febre. Preciso fazer um exame. Agora estou no leito, mas é horrível ficar na Sala Laranja da emergência, onde só tem um banheiro para todos os 30 pacientes tomarem banho, tanto homens quanto mulheres”, explica.
O diretor do SIMERS Jorge Eltz repassou ao parlamentar a carência de médicos e que a realidade do serviço é operar com mais que o dobro da capacidade. Na qunta-feira, eram 122 pacientes para 49 vagas. A transferência de doentes para outros andares ocorreu devido a um vazamento da coluna de esgoto da sala verde, e uma reforma prometida ainda não foi contratada. A previsão é que deve levar nove meses. Eltz lembrou que a operação da UPA 24 Horas Zona Norte, cuja gestão e recursos humanos são supridos pelo Conceição, depende de mais profissionais e da formalização de convênio com o município. O Ministério Público Federal já instaurou inquérito para apurar a situação. A direção do GHC alegou que aguarda posição do município sobre os repasses de verbas para sustentar a estrutura.
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