terça-feira, 6 de novembro de 2012

CPI: juiz diz que imprensa criou "história fictícia" sobre adoção de cinco irmãos na Bahia

   
 

Da Rádio Câmara
Por Wilson Silveira

  
Brasília/DF - O juiz Vitor Manoel Bizerra disse nesta terça-feira (06) na CPI do Tráfico de Pessoas que a imprensa criou uma "história fictícia" em relação à suposta adoção de cinco irmãos na cidade de Monte Santo, na Bahia. Segundo a denúncia que chegou à CPI, as crianças foram adotadas em processo sumário, em 24 horas, sem chance de defesa dos pais.
   
O juiz começou esclarecendo que não autorizou a adoção e, sim, a guarda provisória, que pode ser revogada a qualquer momento. Explicou também que o processo correu por mais de um ano sem que os pais e nenhum outro membro da família mostrasse interesse em ficar com as crianças, que estavam "abandonadas à própria sorte, umas cuidando das outras".
 
Vitor Bizerra leu ainda trecho de depoimentos de um conselheiro tutelar e de um oficial de justiça segundo os quais os pais das crianças eram alcoólatras. Os relatos contidos no processo atestam também que a mãe era usuária de drogas e se prostituía, além de admitir que mantinha relações sexuais com o marido na frente dos filhos.
 
Segundo o juiz, o próprio Gerôncio Souza, que é pai de duas das cinco crianças, procurou o Conselho Tutelar para denunciar a mulher, Silvânia da Silva, por abandono dos filhos. Silvânia, por sua vez, disse ao Conselho Tutelar que o marido bebia muito e batia nela quando chegava em casa. O juiz disse que essa denúncia foi feita por alguém insatisfeito com o seu trabalho.
 
Para o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), que preside a CPI, existem pontos obscursos neste caso, que necessitam ainda ser esclarecidos. Pontos estes que podem ser elucidados com o depoimento de Carmem Topschall, suspeita de ter agenciado as adoções para as famílias paulistas."Existem situações estranhas neste processo, e a CPI está trabalhando para averiguar o que realmente aconteceu, como as atuações da justiça, do Ministério Público, do Conselho Tutelar e de pessoas cujo interesse ainda é nebuloso", afirmou o parlamentar.
 
Modelos
   
A CPI também ouviu nesta terça-feira a empresária Raquel Felipe, dona de uma agência de modelos de São José do Rio Preto, São Paulo.
   
Raquel foi acusada de tráfico internacional de pessoas por ter intermediado a ida de duas modelos, Ludmila e uma irmã adolescente, para a Índia em 2010. As duas foram resgatadas dois meses depois pelo Consulado brasileiro em Mumbai.
 
A empresária iniciou sua exposição lendo trecho do depoimento das duas modelos à Polícia Federal. Conforme esse trecho, elas nunca foram fisicamente assediadas; tinham a chave do apartamento em que moravam e podiam sair quando quisessem; nunca foram forçadas a trabalhar sem descanso, e nunca viram qualquer ato ligado à prostituição no local onde moravam.
  
Raquel admitiu que metade do pagamento delas era utilizado para pagamento de despesas de viagem, mas disse que elas sabiam disso antes de sair do Brasil e que estava previsto em contrato.
 
"Todas as meninas que querem voar para fora do Brasil sabem que têm essa dívida para com a agência. Então, na maioria das vezes, elas viajam tranquilamente, porque elas sabem que vão trabalhar para arcar com isso daí e colocar o dinheiro delas no bolso no final. É algo normal na carreira de modelo".
   
A CPI estuda a possibilidade de fazer acareação entre a empresária e Ludmila, em razão das diferenças entre as versões.
 
 
Com informações
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
jordycamara23@gmail.com
(61) 3215-1376 / 8276-7807
 
 

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