Do Portal PPS
Durante depoimentos prestados por diretores de áreas do BNDES na CPI que investiga supostas irregularidades no banco, o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA) declarou que a instituição não usou cautela suficiente para evitar que empréstimos fossem concedidos a empresas que superfaturaram obras públicas.
O parlamentar citou a construção da usina de Belo Monte, no Pará. O empreendimento recebeu recursos vultosos do banco de fomento. Dirigentes presos na operação Lava Jato confessaram em delação premiada que pagaram propina para conseguir os contratos com o governo federal.
Jordy também se referiu às arenas de futebol construídas para sediar a Copa do Mundo de Futebol, realizada em 2014 no Brasil. Operação da Polícia Federal, realizada em agosto de 2015, investigou suposto esquema de pagamento de propina na obra de engenharia da Arena Pernambuco. De acordo com a Polícia Federal, o superfaturamento chega em R$ 42,8 milhões. Em valores corrigidos, ficaria em torno de R$ 70 milhões. Neste caso, também houve empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Em diversas perguntas dirigidas a um dos depoentes, o parlamentar do PPS não obteve respostas sobre que ferramentas a instituição financeira dispunha para detectar estas irregularidades.
“O senhor não me respondeu nada. Perguntei uma coisa e senhor responde outra. Estou te dando um fato concreto que nega tudo isto que o senhor está falando. É infértil perguntar qualquer coisa. Ninguém aguenta mais esta enrolação porque aqui. Se pergunta e as pessoas fogem da resposta”, irritou-se Arnaldo Jordy.
O parlamentar disse que, diante da falta de esclarecimentos, pedirá a CPI para tomar providências no sentido de buscar as informações por outro meio ao BNDES. “A cautela que o senhor que diz o banco teve não foi suficiente para prevenir casos como aqueles aqui destacados”, encerrou Jordy.
Foto: Robson Gonçalves
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