quinta-feira, 20 de junho de 2013

Tráfico de pessoas: CBF diz que não tem como fiscalizar escolinhas de futebol

 
Brasília/DF - O Diretor de Registro e Transferência da Confederação de Futebol – CBF, Luiz Gustavo Vieira de Castro foi ouvido em audiência pública na terça-feira (18) pela Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas no Brasil.
  
Luiz Vieira foi questionado pelos parlamentares acerca das atividades de olheiros e escolinhas de futebol no país, alguns envolvidos em denúncias de exploração sexual de menores. Alguns garotos são levados para as capitais oriundos de pequenas cidades do interior, na esperança de se tornarem jogadores de futebol.
  
Para o executivo, a Confederação não possui controle sobre as escolinhas de futebol. A CBF teria atuação apenas junto às federações estaduais de futebol. Porém, de acordo com o diretor, a CBF já atuaria contra o tráfico de pessoas, coibindo o envio de jogadores menores de idade para o exterior. A entidade possui uma lista com 18 exigências para que jogadores menores de idade recebam a transferência para clubes fora do país. Nas federações estariam registrados mais de 800 clubes profissionais e mais de 400 ligas. A CBF também teria certificado cerca de 20 clubes como Clubes Formadores.
  
Segundo Arnaldo Jordy (MD/PA) que preside a CPI, “os casos recorrentes de menores seduzidos pelo sonho de se tornarem jogadores profissionais, tem se transformado em pesadelo com a atuação de olheiros e escolinhas de futebol que se aproveitam da situação de vulnerabilidade social destes jovens para os explorarem sexualmente”. Para o parlamentar, a vontade de se tornarem atletas ricos e famosos, faz com que famílias deixem por vezes seus filhos nas mãos de pessoas inidôneas, daí a discussão para que haja um controle sobre estas escolinhas pelo país.
   
Para os parlamentares da CPI há a necessidade da criação de mecanismos para que olheiros e escolinhas de futebol -, muitas sem o registro de pessoa jurídica -, não atuem de forma irregular, mas mesmo assim sendo terceirizados ou até mesmo quarteirizados pelos clubes - o que não os exime de responsabilidades em caso de crimes, como aconteceu recentemente com a Portuguesa Paulista, condenada pela justiça em caso de exploração sexual de jovens aspirantes a jogadores por um olheiro ligado a agremiação.
 
Foi sugerido ainda na reunião que a CBF oriente federações e clubes quanto ao cadastramento e acompanhamento de olheiros e que escolinhas de futebol operem de forma legal e de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Pelé. E que a confederação faça campanhas pedagógicas nacionais acerca do tema, para que os jovens e suas famílias não sejam vítimas da exploração de traficantes de pessoas.
 
  
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
(61) 3215-1376 / 8276-7807
 
  

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