A mesa da presidência da Câmara recebeu esta semana requerimento de informação protocolado pelo deputado Arnaldo Jordy (MD/PA), que deve ser encaminhado ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que este informe acerca dos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e pela Caixa Econômica Federal às obras da Copa do Mundo de 2014, bem como dos financiamentos das hidrelétricas, no período de 2008 a 2013.
De acordo com o autor do requerimento, existem suspeitas de desperdício de recursos públicos, pois em alguns empreendimentos, como na obra do estádio do Itaquerão, na capital paulista, sequer teriam sido apresentadas garantias para obtenção de empréstimo, mesmo com valores alcançando a casa dos bilhões de reais.
O parlamentar quer saber em detalhes do Ministério qual o montante financiado pelo BNDES e pela CEF às obras relativas à Copa do Mundo do ano que vem para estádios, linhas de trem, metrô, veículos leve (sobre trilhos e sobre pneus), com o objetivo “de esclarecer à sociedade quanto na realidade está sendo investido de fato pelo poder público nas obras em todo país que darão suporte ao evento da FIFA”, declarou.
Recentemente em declaração em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidente Dilma Rousseff garantiu que nem um centavo do orçamento foi usado em estádios. Porém para o deputado paraense, ”isso não quer dizer que não tenham sido usados recursos públicos em tais obras”, o que o levou a solicitar as informações ao Ministro.
Segundo informações veiculadas na imprensa, os bancos teriam financiado boa parte dos estádios com linhas de crédito a juros subsidiados – e, em muitos casos, os empréstimos foram tomados por governos estaduais, que terão de pagar o banco também com dinheiro público. Além disso, os estádios contam com isenções fiscais dentro do programa Recopa.
A previsão atual do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014 é que seja investido em obras relacionadas à Copa um total de R$ 28,1 bilhões. Aí estão incluídos 327 projetos que vão desde obras de infraestrutura básica, como aeroportos e corredores exclusivos para ônibus, até gastos diretamente ligados ao torneio de futebol. Do total, R$ 7,5 bilhões serão gastos em estádios; R$ 8,9 bilhões em obras de mobilidade urbana; R$ 8,4 bilhões em aeroportos e R$ 1,9 bilhão em segurança. O restante será investido em desenvolvimento turístico, portos e telecomunicações.
Hidrelétricas
Hidrelétricas
Arnaldo Jordy também solicitou no requerimento, esclarecimentos quanto ao financiamento de hidrelétricas. Só na região Amazônica, seis estão em construção e mais 23 estão em projeto. O custo da usina de Belo Monte, em obra na volta grande do Rio Xingú, em Altamira/PA - que quando pronta será a terceira maior do mundo -, já teria ultrapassado a barreira dos 30 bilhões de reais e é alvo de uma série de contestações judiciais por causa dos impactos na natureza e na vida dos habitantes da região. Estes aspectos teriam sido ignorados pelo BNDES no repasse de empréstimos destinado ao empreendimento.
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
(61) 3215-1376 / 8276-7807
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