A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tráfico de pessoas no Brasil realizou nesta manhã (21) audiência pública para ouvir o operário Raimundo Braga de Souza, de 22 anos, que afirmou ter sido conduzido à obra da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, onde, inclusive, teria sido vítima de prisão e tortura.
Segundo o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), “muitos trabalhadores foram levados para as obras de Rondônia por empresas terceirizadas ou “gatos”, que são aquelas pessoas conhecidas por agir de má-fé, conduzindo centenas e até milhares de trabalhadores para situações em que passam a ser vítimas de exploração. No caso dos canteiros de obras das usinas hidroelétricas de Jirau e Santo Antônio, essa situação se tornou a regra”.
Raimundo Braga de Souza, operário da construtora Camargo Correa, disse na CPI que foi espancado dentro da obra da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, por conta da suposta participação em uma greve. Em março de 2011, o movimento grevista denunciou violação dos direitos humanos contra os trabalhadores de Jirau. Em meio a uma revolta, os funcionários incendiaram grande parte do canteiro de obras. Segundo Raimundo Braga, ele foi acusado por guardas da Força Nacional e por policiais militares de ter participado dos incêndios. O operário nega.
Raimundo relatou ainda ter sido espancado para delatar quem seriam os trabalhadores envolvidos na greve. Ele afirmou que ficou 54 dias preso em condições desumanas e acusa a Camargo Correa de tê-lo coagido a assinar uma demissão por justa causa. Raimundo disse que se recusou a assinar o documento.
O secretário de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, Marcelo Nascimento Bessa, negou na audiência que PMs tenham espancado o operário. Sobre o crime de incêndio, o secretário declarou que Raimundo foi absolvido por falta de provas, no entanto não soube afirmar acerca do paradeiro de 13 trabalhadores também envolvidos nos tumultos no canteiro da hidrelétrica, e que são considerados foragidos pela justiça.
De acordo com o deputado Arnaldo Jordy, a CPI tomará medidas a partir desta reunião, como solicitar à polícia federal que abra inquérito para investigar a questão dos “gatos” e dos operários que estão desaparecidos, e que a Defensoria Pública da União também acompanhe o processo destes trabalhadores. “Não é admissível que trabalhadores, em pleno século 21 e em obras que são vitrine e prioritárias para o governo federal, sejam vitimados em episódios como os relatados”, afirmou o parlamentar paraense.
Também participaram da audiência Luiz Carlos Martins, diretor de Energia da Camargo Corrêa, Ermógenes Jacinto de Souza, advogado responsável pelo acompanhamento dos processos de prisão dos operários e William Cesar, representante da CNBB em Rondônia.
Com informações da Agência Câmara
Assessoria de Comunicação
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