Jordy também quer recuperar patrimônio
cultural de Belém
Em disputa pela prefeitura da capital paraense, Arnaldo Jordy (PPS) faz um diagnóstico sobre o município que pretende administrar. Propõe ações e fala de gestos simples, já adotados pela campanha, que podem contribuir com uma sociedade melhor.
Portal: A saúde pública é hoje o principal problema de Bélem?
Arnaldo Jordy: Estamos vivendo aqui (Belém) problemas de toda ordem e há coisas mais crônicas que as outras. A situação da saúde é um exemplo. Toda semana há um flagrante de imagens de um cidadão desesperado chorando a morte de um ente querido na porta do pronto socorro. A classe média não sente muito porque hoje todo mundo tem a proteção do plano de saúde, mas a população de baixa renda vive isso na pele. Semana passada, visitamos uma unidade de saúde em que profissionais estão fazendo uma coleta pessoal para custear material para fazer curativos em seus pacientes. A situação é dramática.
E que diagnóstico o senhor faz da segurança pública?
Jordy: A cidade está entre as mais violentas do país. Não dá para dizer que o município não tem nada a ver porque a segurança pública é papel do estado. Temos responsabilidades sobre isto também. E na questão da educação, também não é diferente. Temos um dos piores IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Brasil. É o penúltimo do país (no ensino médio). Além do transporte, que também figura entre os mais graves problemas da cidade, e que merecedor de reparação urgente.
Especificamente, sobre o transporte, que projeto o senhor tem em mente para resolver esta situação descrita?
Jordy: Nos últimos quinze anos, tivemos cerca de duzentos mil carros novos entrando para o trânsito local. E neste mesmo período, não se tem nenhuma estrutura viária nova para fazer frente a este fluxo. Então, o colapso é inevitável. Além disso, não temos troncos binários de transporte para atender nossa população. Para piorar, o sistema de transporte público que deveria compensar esta tragédia é um dos mais deficientes do país. E outro problema: nossa vocação insular que poderia ser utilizada no sentido de propor um modal alternativo e convergindo com o rodoviário não é aproveitada. Nossos rios que são as nossas ruas são absolutamente desprezados.
Na sua visão, por que estas ideias até hoje não foram implantadas?
Jordy: São ideias muito simples, muito óbvias e que, lamentavelmente, por conta dos interesses econômicos que estão por trás destes monopólios, uma relação promíscua entre poder público e alguns setores, é que se acaba estrangulando todo o sistema.
Quais são as preocupações da sua campanha com a questão ambiental, já que o PPS em Belém é signatário do programa Cidades Sustentáveis?
Jordy: Fizemos nesta segunda-feira um plantio de árvores, visando neutralizar os impactos na natureza por causa da utilização do material em papel em nossa campanha. Utilizamos mudas de ipê amarelo e roxo e pau preto, que são as espécies mais adequadas para nossa arborização numa área abandonada da cidade. Ao final da campanha, também temos o compromisso de estimar toda a quantidade gasta de material impresso e fazermos a compensação plantando árvores para neutralizar esta celulose usada.
O Centro Histórico de Belém que sofre com a falta de restauração, com a desordem urbana também está entre suas preocupações também?
Jordy: Com certeza. Aliás, não há registro da nossa própria História. Belém está completando quase 400 anos e está completamente sem política de preservação e valorização. Não temos um museu que possa contar os episódios, as passagens que são de interesse do Brasil todo. Esta nova geração não sabe quem foi Conego Batista Campos, quem foi Gama Malcher. Além de toda a beleza arquitetônica do período da Belle Époque, do período colonial, da herança portuguesa, com monumentos deste patrimônio histórico que não é, hoje, preservado o suficiente.
E o que comentar sobre a pesquisa divulgada no último fim-de-semana que o aponta em quarto lugar, com 7% das intenções de voto?
Jordy: Pesquisa a gente não despreza. É um instrumento válido na medida de desempenho das campanhas, mas elas precisam ser regulamentadas porque, muitas vezes, servem mais para formar opinião dos eleitores do que para expressar a vontade momentânea dessas pessoas. Vamos seguir adiante e mostrar para toda a sociedade que “Belém tem Jeito”.
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