A
sessão da Câmara dos Deputados na madrugada desta terça-feira (30), que derrubou
a proposta de redução da maioridade penal no país de 18 para 16 anos foi
acompanhada por Conselheiros Tutelares do Pará, que mais cedo estiveram
presente no debate sobre o tema realizado na Comissão de Legislação
Participativa, em audiência proposta pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), onde
juristas e especialistas na área criticaram a proposta de emenda constutucional
(PEC 171) derrotada em plenário.
Na
audiência, estes profissionais que lidam diariamente com casos envolvendo
violência contra menores, se pronunciaram contra a proposta, revelando a realidade verificada no Pará e vários outros Estados, onde crianças, jovens e adolescentes, tem
pouco acesso à educação e saúde de qualidade, por exemplo.
Márcia
Souza, do Conselho Tutelar de Marapanim, que afirmou “que quem conhece o ECA –
Estatuto da Criança e do Adolescente, quem o estuda, sabe a responsabilidade que
Estados e Municípios tem para elaborar e aplicar políticas públicas eficazes
para desenvolvimento de jovens e adolescentes. E nada disso é feito”.
Helenice
Rocha, da Aconextel – Associação Estadual dos Conselheiros Tutelares do Pará
reafirmou o prejuízo que a PEC171 traz para o futuro de crianças e adolescentes,
pois para ela, lugar destes é na escola e não trabalhando ou em cadeias. “Nós
que estamos na ponta, na convivência diária do sistema de garantia de crianças
e adolescência, vivenciamos a punição real de que estes jovens estão submetidos
diariamente - vítimas de aliciadores, de traficantes, e até da polícia -, onde
a grande maioria destes nem consegue chegar viva aos 18 anos”, afirmou.
Conselheira
Tutelar em Bragança (PA), Elisângela Ribeiro, relatou a situação precária das
escolas, da falta de oportunidade dos jovens para viverem com dignidade nas
periferias das grandes cidades e áreas interioranas. “A maioria de nossos adolescentes
infratores, não conseguem nem cumprir as medidas socioeducativas determinadas,
por não haver juízes nas comarcas. Muitos municípios sequer comarca têm”. Para
ela, faltam promotores e defensores públicos e os conselhos tutelares trabalham
de modo precário, e não são reconhecidos nem respeitados, inclusive por parte
de autoridades estaduais e municipais, algo inconcebível.
Da audiência,
participam como debatedores o desembargador Marco Antonio Marques da Silva, do
Tribunal de Justiça de São Paulo; a defensora pública Bruna Rigo Leopoldi
Nunes, da Defensoria do Estado de São Paulo, e o presidente da Comissão de
Defesa de Crianças e Adolescentes da OAB-DF, Herbert Alencar Cunha, que são
unânimes no apoio às alterações no ECA, como forma de punir crimes graves
cometidos por menores de idade, bem como as melhorias nas garantias sociais,
por parte dos governos, como creches e escolas em tempo integral.
Leia
aqui como foi a audiência - http://trunc.it/r36v4
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
(61) 3215-3506 / 8276-7807
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