quinta-feira, 22 de maio de 2014

Graves denúncias de desvios de dinheiro público no Vôlei brasileiro

 
 
Da Agência / Rádio Câmara
Por Vania Alves

   
Brasília/DF - A Comissão de Esporte vai encaminhar à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal as denúncias de desvio de dinheiro público na Confederação Brasileira de Voleibol. O dinheiro viria de transferências do Ministério dos Esportes e do Banco do Brasil, patrocinador do volei brasileiro.
 
Os deputados, que realizaram uma audiência pública na comissão, consideraram muito graves as denúncias apresentadas pelo jornalista Lúcio de Castro, da ESPN. As denúncias dizem respeito a contratos irregulares para desviar o dinheiro e licitações dirigidas. Os benefícios iriam para empresas de funcionários e dirigentes da entidade.
 
As suspeitas de que tenha havido má gestão nas administrações anteriores foram confirmadas pelos outros dois convidados, o novo diretor de Comunicação e Marketing da entidade, o ex-jogador de volei Renan Del Zotto e o gerente-executivo do Banco do Brasil, José Avelar.
  
De acordo com o autor do requerimento para a realização do evento, deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), a Comissão também vai pedir informações à Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União sobre os recursos públicos aplicados nas entidades esportivas. A Comissão de Esporte também deverá exercer fiscalização sobre todas as demais confederações de esportes. De acordo com Jordy, da mesma forma que na CBV, nas demais entidades também há indícios de irregularidades: "Nós estamos diante de uma grande lavanderia. Não é dessa gestão. Mais do que isso, culpar, responsabilizar criminalmente e civilmente todos aqueles que tenham desviado recurso público em nome do esporte brasileiro e isso sendo desviado pra enriquecimento de natureza ilícita como os indícios que foram aqui apresentados são absolutamente sólidos," declara Jordy.
  
Integrante da diretoria que assumiu a CBV em janeiro, Renan del Zotto disse que, diante de indícios de que havia irregularidades em contratos da entidade, dirigentes foram afastados e foi realizada uma auditoria pela empresa Price Waterhouse, cujo resultado será analisado por advogados para orientar as providências a serem tomadas. O dirigente disse que antes da análise legal não pode acusar ninguém, mas que, caso tenha havido desvio, isso será cobrado.
  
"Hoje é uma irresponsabilidade dizer que houve desvio e que não houve absolutamente nada. Eu prefiro dizer que o relatório ficou pronto e que está nas mãos dos advogados e as inconformidades processuais nós vamos resolver, através da Fundação Getúlio Vargas. Caso havendo irregularidades ou ilegalidades nós vamos buscar os culpados e eles vão ter que esclarecer".
  
Mas para o jornalista Lúcio de Castro, autor da série de reportagens Dossiê Volei, que tornou públicas as denúncias, é insuficiente o controle exercido por uma auditoria privada, por melhor que ela seja: "Você entrega o documento que você quiser para a auditoria. A questão é você desenvolver mecanismos de controle que o Estado tem que ter se ele dá dinheiro público. Se ele dá dinheiro público a fiscalização não pode ficar por conta de uma auditoria".
  
A direção da CBV foi mudada com a eleição do então presidente Ari Graça para a presidência da Federação Internacional de Voleibal. Ele levou consigo Fabio Azevedo, funcionário da entidade e dono de uma das empresas cujos contratos estão sendo analisados. Um grupo de profissionais, entre eles o técnico da seleção brasileira masculina, Bernardinho, e Renan, se aproximaram da entidade. Eles afirmam que é preciso garantir a continuidade técnica do Volei brasileiro.
   

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