Brasília/DF - Um requerimento de informação dirigido à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, foi protocolado na mesa da presidência da Câmara nesta quarta-feira (17), com o objetivo de saber quais ações estão sendo tomadas pelo governo para proteção de ameaçados para morrer no Pará, que figurariam em uma lista, divulgada recentemente pela Comissão Pastoral da Terra – CPT.
De acordo com o requerimento apresentado pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA) e direcionado à Ministra Maria do Rosário, entre 1964 e 2010 ocorreram 914 assassinatos por questões de terra no Pará, sendo que 654 foram no sul e sudeste do Estado. No início deste ano, a CPT divulgou uma lista com 38 nomes que estariam marcados para morrer, por causa de luta pela posse de terras.
Para o parlamentar paraense, além do fato macabro de que em pleno século 21 ainda existam listas quase públicas de ativistas marcados para morrer, o que também chama a atenção é a quantidade de mulheres na lista, cerca de dez. “Queremos saber do governo federal o que está sendo feito para proteção destas pessoas e ao mesmo tempo quais medidas estão sendo tomadas para o combate à pistolagem na região”, afirmou o deputado.
“Os atores deste triste enredo são bem conhecidos: de um lado, ruralistas, grileiros, posseiros e pistoleiros. Do outro, ambientalistas, advogados, parlamentares, lideranças sindicais, rurais, indígenas e religiosos. Num palco onde a lei do mais forte, do capital e dos interesses escusos, ainda prevalece e em pleno regime democrático e de direito”, completou Arnaldo Jordy.
Em um dossiê que detalha a violência no sul e sudeste do Pará, a CPT avaliou a violência que vitimou centenas pessoas que lutam pela terra e pela reforma agrária, remonta principalmente o governo militar que, no início da década de 1970, começou a investir na ocupação da Amazônia. Esta região do estado do Pará, de expressiva concentração de riquezas minerais e naturais -, foi talvez onde esse processo se efetivou de maneira mais contundente.
Segundo o Relatório de Investigação 2005 da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), o estado do Pará é detentor de 40% da superfície total desmatada no Brasil, e tem as taxas mais altas do país, tanto de escravidão como de ameaças aos defensores dos direitos humanos.
Assessoria de Comunicação
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