terça-feira, 11 de março de 2014

CPI da Câmara se une aos esforços da CNBB contra o tráfico de pessoas

 
Da Agência Câmara
Por Ana Raquel Macedo

 
Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas no Brasil encontram-se, nesta quarta-feira (12), com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
 
A comissão se une aos esforços da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é "Fraternidade e Tráfico Humano". Segundo o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), a capilaridade da Igreja Católica faz com que o alerta sobre o problema chegue a mais casas e comunidades pelo País.
 
"As igrejas em geral, não só a Igreja Católica, têm um grau de capilaridade na sociedade brasileira que é muito importante em campanhas dessa natureza, que dependem fundamentalmente da informação e da prevenção do que da ação punitiva do Estado", afirma o parlamentar.
 
32 bilhões de dólares
 
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo. O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, destaca que a Campanha da Fraternidade pretende mostrar as diferentes faces dessa atividade criminosa.
 
"Sabemos que as pessoas são convidadas, especialmente, no meio mais pobre. Existem propostas de bons empregos e que, depois, na realidade não se concretizam e as pessoas são usadas, às vezes, para prostituição ou para trabalhos que não são dignos”, ressalta dom Leonardo.
 
“O primeiro objetivo nosso é discutir com as comunidades todas, não só as comunidades católicas, mas levar para as escolas, para todos os ambientes esta realidade, falar sobre essa realidade”, acrescenta o religioso. “Porque, se as comunidades, as famílias perceberem, deverão dar uma grande contribuição."
 
Dom Leonardo Steiner diz que a campanha também objetiva incentivar as denúncias e a reflexão sobre a reinserção social das pessoas resgatadas do tráfico.
 
Rotas do tráfico
 
No Brasil, segundo o 1º vice-presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, deputado Luiz Couto (PT/PB), as principais rotas do tráfico estão no Norte e Nordeste.
 
"Na região Norte, são 76 rotas. No Nordeste, são 69. No Sudeste, são 35. No Centro-Oeste, são 33. E na região Sul, 28”, lista o deputado. Segundo ele, esses dados mostram que “essas rotas destinam-se, primeiro, ao tráfico para trabalho escravo; segundo, para exploração sexual, prostituição, pedofilia; terceiro, para venda de órgãos humanos. E a quarta é também a questão da adoção ilegal, que tem crescido muito."
  
 

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