O Partido Popular Socialista (PPS) está empenhado em acompanhar as mudanças provocadas pela revolução tecnológica pela qual passa o Brasil e o mundo, e pretende construir uma plataforma e um programa para servir ao Brasil pelas próximas décadas, como alternativa para dar rumo e coesão ao Brasil, após a histórica crise pela qual o Brasil passa. A afirmação é do senador Cristovam Buarque (PPS/PA), que participou, nesta sexta-feira, 13, juntamente com o ministro da Cultura, Roberto Freire, da abertura do I Simpósio Estadual de Eleitos, Dirigentes e Lideranças do PPS/PA, com o tema “Desafios e Perspectivas para as Novas Gestões Municipais”, no auditório do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em Belém.
Cristovam Buarque anunciou que no próximo Congresso do PPS, o partido deverá discutir a mudança de paradigma, para que seja capaz de responder pelos desafios que se apresentam ao Brasil para os próximos 30 ou 50 anos. Tanto Cristovam Buarque, quanto Roberto Freire, destacaram que a participação no atual Governo Federal decorre da responsabilidade do partido com a superação dessa que é uma das piores crises pela qual passa o país, com 13 milhões de desempregados, além da violência desenfreada e matanças nos presídios. “Tem também a barbárie que não se vê, 13 milhões de analfabetos, serviços públicos precários, após 13 anos de governo irresponsável e sem rumo”, disse Cristovam Buarque.
A partir de 2018, quando o país escolhera o presidente da República, o partido poderá optar pelo rumo próprio. “Participamos do Governo do presidente Temer, em quem não votamos, porque temos a obrigação de fazer com que ele atravesse esses dois anos, para por ordem na falta de ordem de encontramos”, disse Cristovam.
Dá mesma forma, o ministro da Cultura disse que o governo Temer não é o governo que o PPS escolheu, mas é o governo com o qual tem responsabilidade, após a intervenção constitucional que mudou a presidência da República. “O momento é de ter a militância política que o momento exige”, disse Roberto Freire. Para ele, após a intervenção constitucional da qual o PPS participou, o partido passou a ter responsabilidade no governo. “Isso aconteceu no impeachment de Collor. Não votamos também em Itamar, que assumiu por imposição constitucional. Dissemos ao PT que aquele governo era da nossa irresponsabilidade, e dizíamos da irresponsabilidade do PT, que não assumiu responsabilidade alguma no governo Itamar e foi fazer oposição ao governo”, lembrou Roberto Freire.
Cristovam Buarque defendeu a responsabilidade fiscal e o controle de gastos, mas ressaltou que o PPS quer reformas que tenham “a cara e o cheiro do povo”, não que beneficiem apenas o mercado financeiro. “Queremos uma reforma fiscal que toque nas grandes fortunas, nos bens de luxo, nos depredadores dos bens naturais, que preserve os pobres e a juventude desse país”, disse Cristovam Buarque, que lamentou o processo de desagregação social, que leva até os jovens brasileiros a migrar para outros países.
Após ser incentivado a se lançar candidato à Presidência da República, em 2018, pelo presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa), Eduardo Costa, Cristovam Buarque foi instado a falar sobre como deve ser feito o processo de desenvolvimento da Amazônia, já que agências oficiais de fomento e bancos públicos estão enfraquecidos.
Cristovam Buarque defendeu que todo planejamento para a Amazônia deve levar em consideração os milhões de brasileiros que habitam na região, e que uma proposta de longo prazo deve considerar a sustentabilidade de toda a nação brasileira.
Roberto Freire destacou que a revolução científica e tecnológica é profunda e citou Marx, quando disse que “tudo que é sólido se desmancha no ar”, ao referir-se às mudanças da Revolução Industrial. Na época, artesãos tentaram quebrar as máquinas a vapor, para impedir a mudança, mas foi inútil. Da mesma forma, hoje, não dá para fugir de mudanças nas relações sociais, dos novos modos de produzir e de novas consciências.
As mudanças, disse Freire, devem atingir até mesmo a forma de representação política. Ele lembrou que na Europa, a tendência é que correntes de opinião se tornem partidos políticos fundamentados na participação. Como exemplo, citou o Podemos, da Espanha, que nasceu de uma ocupação de protesto.
Freire criticou o modelo de reforma política que favorece os grandes partidos, justamente os responsáveis pela crise ética na representatividade política, e penaliza os partidos pequenos, que não participaram dos escândalos de corrupção.
“O Brasil é um dos países que menos permite a liberdade de organização. A Espanha, de uma ocupação, criou o Podemos. A Itália, o Cinco Estrelas, patrocinado por um comediante italiano, após o fim dos partidos tradicionais, com a operação Mãos Limpas. É um novo expressar. Nós não temos essa oportunidade”, disse Freire, que citou como exemplo as dificuldades da Rede Sustentabilidade frente ao monopólio dos grandes partidos, com tempo de televisão e fundo partidário.
Roberto Freire criticou a proliferação de partidos como negócio, apenas pela cobiça sobre o fundo partidário, mas criticou a limitação à criação de novos partidos com base em pensamentos de mudança. “Que se criem partidos para buscar novas representações e que possam interpretar o momento político”, defendeu.
MUNICÍPIOS
O Simpósio foi aberto pelo presidente estadual do PPS, Everaldo Nunes. Em seguida, o deputado federal Arnaldo Jordy mediou o debate entre os participantes, entre os quais, prefeitos do PPS e de outros partidos aliados, vereadores, secretários, militantes e um público interessado que lotou o auditório do TCM, cujo presidente, conselheiro Cezar Colares, destacou a importância da busca de qualificação dos gestores municipais, e louvou a atitude do PPS, de reuniu os eleitos para orientação sobre as gestões.
O deputado Arnaldo Jordy agradeceu presença de todos prestigiaram o Simpósio para refletir sobre os desafios que estão colocados para todos os gestores municipais. Ele destacou o crescimento do PPS no Pará. “O PPS saiu vitorioso desse processo eleitoral, cresceu em número de votos e em governança. Os prefeitos que foram apoiados pelo PPS também estão se aproximando do debate, para entender a crise brasileira no ente mais importante, que é o município, e a crise moral que corrói boa parte das certezas que a sociedade brasileira tem e que precisa redimensiona-las”, disse Jordy.
A programação do Simpósio do PPS continuou no sábado, pela manhã, com o painel: “Desafios das Cidades: Controle social e gestão eficiente, criativa, ética e transparente”, com mediação do presidente estadual do PPS, Everaldo Nunes, tendo como debatedores o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, o procurador do Ministério Público do Estado do Pará (MP/PA) Nelson Medrado e o senador Cristovam Buarque.
Às 14h começou o painel: “Crise econômica e o Desenvolvimento Regional”, tendo como debatedores Eduardo Costa (Fapespa), o economista Mário Ribeiro e o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Alex Fiúza.
Às 16h, começou o painel de encerramento, com o tema: “PPS e as Perspectivas para 2018/2020”, tendo como mediadora a secretária geral do PPS/PA, Eleanor Palhano, como expositor o presidente nacional do PPS, deputado Davi Zaia, e como debatedores Everaldo Nunes, Marilda Natal (vice-presidente do PPS/PA), o prefeito de Castanhal, Pedro Coelho; o prefeito de Santana do Araguaia, Pedro Paraná; o prefeito de Alenquer, Frei Juraci; o prefeito de Santana do Araguaia, Zé do Quinta; o vereador de Santarém Dayan Serique e o vice-presidente do PPS/PA, Agenor Sarraf, de Melgaço, no Marajó.
Por: Assessoria Parlamentar